Publicação Científica de Relevância para Displasias Ósseas
A Revista da Sociedade Portuguesa de Medicina Física e de Reabilitação (SPMFR) publicou no seu volume 37, n.º 2 (outubro 2025) o artigo "O papel da Medicina Física e de Reabilitação na Acondroplasia", da autoria de Carla Hovenkamp, Pedro Figueiredo, Iolanda Veiros e João Paulo Branco, do Serviço de Medicina Física e de Reabilitação do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra e Alexandra P. Coelho do Centro de Saúde Militar de Coimbra.
A publicação reveste-se de especial interesse para a ANDO Portugal, dado estar direcionada para a Acondroplasia, a mais frequente das displasias ósseas, e focada no papel da equipa de Medicina Física e de Reabilitação no acompanhamento das pessoas com esta condição óssea rara.
Resumo do artigo
Segundo os autores, o objetivo foi explorar o contributo da Medicina Física e de Reabilitação (MFR) na gestão da acondroplasia, desde a identificação das alterações funcionais, à adaptação de intervenções terapêuticas, com vista à optimização da autonomia, função e qualidade de vida. O estudo aborda aspetos como hidroterapia, fisioterapia, adaptação ortopédica, a importância da monitorização funcional e da intervenção multidisciplinar precoce, bem como a colaboração entre a equipa de MFR e outros especialistas para responder aos desafios associados à condição.
A importância do acompanhamento em Medicina Física e de Reabilitação
O artigo salienta que o acompanhamento por uma equipa de MFR é crucial para pessoas com acondroplasia, uma vez que estas enfrentam não apenas questões de crescimento ósseo, mas também alterações na mobilidade, postura, equilíbrio, musculatura e funcionalidade global. A intervenção de MFR pode contribuir para prevenir complicações secundárias (como escolioses, dor crónica, limitação de atividade), promover a adaptação às limitações esqueléticas e fomentar o desenvolvimento da autonomia e participação social.
Esta abordagem assinala-se como uma componente central de cuidados integrados para displasias ósseas, reforçando a necessidade de uma vigilância contínua, personalizada e multidisciplinar.
Conclusão do artigo
O papel da MFR na acondroplasia deve assumir-se como um pilar fundamental do percurso clínico. Uma intervenção adaptada, precoce e contínua permite melhorar a funcionalidade, reduzir o impacto da doença no dia a dia e potenciar uma melhor qualidade de vida. A equipa de MFR, em articulação com outras especialidades (ortopedia, genética, pediatria e fisiatria), tem de estar integrada desde a infância até à idade adulta para acompanhar as diversas fases da vida da pessoa com acondroplasia (crescimento, maturação esquelética e transição para a vida adulta) de maneira a responder às suas necessidades.
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