Cuidados e Transporte de Bebés com Displasia

Os bebés e crianças com displasia óssea são habitualmente diferentes dos bebés de altura média no que diz respeito ao tamanho da cabeça (habitualmente maior) e ao comprimento dos membros (normalmente mais curtos) e, além disto, possuem muitas vezes articulações "soltas" (hipermobilidade articular) e menor suporte cervical.

Informação importante

Esta página está direcionada para a acondroplasia, a displasia óssea mais comum. No entanto, as recomendações aqui apresentadas são igualmente válidas para outras displasias que apresentem algumas das mesmas características clínicas, nomeadamente ao nível do suporte cervical. Em caso de alguma dúvida, consulte sempre o médico que acompanha a criança.

Os dispositivos de transporte e segurança são concebidos para bebés e crianças de tamanho médio e não têm em conta estas características físicas. Uma questão importante diz respeito ao menor suporte do pescoço e são três as principais considerações a ter em conta.

  1. 1. Menor expansão do peito na respiração
    O peito mais pequeno de bebés e crianças com displasia óssea é menos eficiente na respiração. Por isso, uma posição inadequada dificulta ainda mais esta expansão e pode causar dificuldade respiratória.
  2. 2. Estreitamento da traqueia
    A traqueia é mais mole e comprime mais facilmente. Dobrar o pescoço com o queixo em direcção ao peito pode estreitar a traqueia e causar problemas respiratórios.
  3. 3. Ligação do pescoço ao crânio
    A abertura na base do crânio (foramen magnum) e os ossos do pescoço que contêm a medula espinal são mais apertados e podem não tolerar demasiados movimentos em qualquer direcção.


Em muitas displasias ósseas, as articulações da espinha dorsal são mais soltas e as costas são habitualmente curvadas. Se não ocorrerem tensões indevidas nas costas, esta curvatura pode melhorar à medida que a criança cresce e começa a caminhar. Contudo, manter o bebé numa posição inadequeada durante longos períodos de tempo pode funcionar contra esta tendência. Por este motivo, é de extrema importância adequar sempre a posição das costas.

É importante referir que a combinação de uma cabeça maior, membros mais curtos e articulações soltas resulta numa desvantagem mecânica para bebés com displasia óssea. Por estas e outras razões, os bebés e crianças com displasia óssea tendem a sentar-se e a andar mais tarde.


  • INDICAÇÕES BÁSICAS PARA CUIDAR DE BEBÉS E CRIANÇAS COM DISPLASIA
  • Estas indicações destinam-se a pais/cuidadores de crianças com displasia, focando-se nos aspetos físicos mais comuns. No entanto, existe um vasto número de condições com ainda maior número de características clínicas distintas. Assim, cada criança representa um caso singular e, quando persistirem dúvidas, deverá consultar o médico que a acompanha.
 
1. Transportadores e carrinhos

Evitar dispositivos que forçam o dobrar das costas como transportadores e carrinhos com apoio mole e outros dispositivos como baloiços e espreguiçadeiras. Deve assegurar sempre que estes dispositivos têm um apoio rígido para as costas de maneira que permitam uma posição adequada da costas.

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Escolha dispositivos de transporte com apoio rígido das costas.
2. Posição da cabeça e pescoço

Durante o transporte, apoiar sempre a cabeça e a parte de trás do pescoço. Para isso podem ser necessárias almofadas, redutores, etc. Escolha o que melhor se adequar às necessidades e ao tamanho do bebé/criança, assegurando que a cabeça está bem posicionada e o pescoço não dobra.

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Almofada redutora evita os movimentos da cabeça.
3. Posição sentada

Evitar forçar o bebé a sentar-se antes de ele o conseguir fazer sem ajuda. Uma criança com displasia óssea pode demorar bastante mais tempo a atingir esta meta e cada uma tem o seu próprio tempo de desenvolvimento.

Não utilizar adereços como almofadas para amparar o sentar durante o primeiro ano, pelo menos.

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O pescoço/coluna estão totalmente desprotegidos e sem apoio.
4. Andarilhos e dispositivos semelhantes

Evitar a utilização de andarilhos e dispositivos para saltar (jumpers e bouncers). Estes sobrecarregam as articulações e forçam o apoio da cabeça antes do bebé estar preparado para estes esforços e podem causar lesões no pescoço.

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Não utilize jumpers.
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Nem andarilhos.
5. Cadeiras auto

Deve acolchoar a cadeira auto infantil à volta da cabeça do bebé para a apoiar e impedir que caia para a frente (posição de queixo no peito).

Utilizar sempre uma cadeira auto voltada para trás até a criança ter 3-4 anos de idade ou enquanto esta necessitar de estabilidade extra no pescoço e na zona cervical.

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Utilize almofadas e redutores.
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Cadeira auto voltada para trás.
6. Em casa

Quando não está a dormir no berço ou na cama, o melhor local onde o bebé/criança com displasia óssea pode ser colocado é no chão. Deve deixá-lo deitado de costas ou de barriga para baixo.

Escolha um lugar adequado na sua casa para o deitar, por exemplo, sobre um grande tapete macio. O chão funciona como apoio permitindo-lhe rolar e/ou começar a desenvolver movimentos livres (desenvolvimento motor bruto).

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Um tapete no chão é a forma mais segura para a criança desenvolver aptidões.
 
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