Rede Europeia de Referência

Redes Europeias de Referência (ERNs) | O que são?

As Redes Europeias de Referência (ERNs) são redes transfronteiriças que reúnem centros hospitalares especializados em toda a Europa para tratar doenças raras, de baixa prevalência e complexas, exigindo cuidados altamente especializados. As ERNs permitem que especialistas europeus colaborem na análise de casos clínicos, orientando o diagnóstico e o tratamento mais adequados.

As pessoas com doença não podem aceder diretamente às ERNs, mas, com o seu consentimento, os profissionais de saúde podem partilhar informações e consultar especialistas da rede, de acordo com a legislação nacional.

Atualmente, existem 24 ERNs na UE e na Noruega, estabelecidas ao abrigo da Diretiva 2011/24/UE sobre os direitos dos doentes em cuidados de saúde transfronteiriços.

ERN BOND | Rede Europeia de Referência para Doenças Ósseas Raras

A ERN BOND é uma das 24 ERNs aprovadas pelo Conselho de Administração da ERN e reúne todas as doenças raras, essencialmente congénitas, crónicas e de origem genética, que afetam a cartilagem, os ossos e a dentina.

Este grupo considerável de condições que comporta todas as displasias ósseas apresenta uma variação significativa nos resultados clínicos. Além disso, os programas de investigação disponíveis atualmente são limitados e insuficientes para clarificar todas as suas bases fisiopatológicas.

Assim, impossibilidade de considerar todas estas condições levou a ERN BOND a escolher 3 condições principais, a título exemplificativo: Acondroplasia, Osteogénese Imperfeita e XLH. Uma escolha assente em 5 tópicos centrais:

  • 1. Frequência da doença;
  • 2. Gravidade de algumas perturbações devastadoras, que requerem uma melhoria urgente no - diagnóstico e gestão precoces;
  • 3. Dificuldade e complexidade do diagnóstico, exigindo uma divulgação dos conhecimentos sobre diagnósticos e das ferramentas modernas que os permitem obter;
  • 4. Dificuldade e complexidade na arte do tratamento e da gestão, o que exige também uma melhor difusão do tratamento sintomático ou das técnicas cirúrgicas;
  • 5. Emergência de novos medicamentos a partir da investigação básica até à investigação transnacional, ou através de colaborações de investigação e desenvolvimento biofarmacêutico.

 

Embora a priorização de algumas doenças seja essencial para a implementação da ERN BOND, é também importante manter uma visão abrangente e abrir caminho progressivamente a outras condições ósseas raras. Deste modo, a ERN BOND visa estabelecer ligações, programas de investigação e resultados específicos com vista a um Sistema de Saúde Europeu para as doenças ósseas raras.

E em Portugal?

O Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra é um dos 38 centros especializados europeus membros da ERN BOND. O Dr. Sérgio Sousa, especialista em Genética Clínica e membro do Conselho Científico da ANDO, é o seu representante. O Hospital de Santa Maria, em Lisboa, pertence também à rede.

Saiba mais aqui.

A Missão e Visão da ERN BOND
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Inês Alves da ANDO à esquerda. Participação em reunião da ERN BOND.

 

  • Implementar medidas que facilitem a prestação de cuidados multidisciplinares, holísticos, contínuos e centrados nas pessoas que vivem com doenças ósseas raras, apoiando-as na plena realização dos seus direitos humanos fundamentais e promovendo a sua participação. Em particular, a ERN BOND visa assegurar que estas pessoas recebem os mesmos padrões de cuidados e apoio existentes para outros cidadãos com requisitos semelhantes;

  • Apoiar as pessoas com doença óssea rara e as suas famílias, aumentar a sua capacidade de assumir um papel participativo na prestação de cuidados, estabelecer prioridades e participar nas decisões relativas ao plano de cuidados e ao seu projecto de vida, em conformidade com as recomendações do EUCERD (2013);

  • Promover a partilha de dados clínicos/fenotípicos entre especialistas de modo a desenvolver ferramentas de integração e combinação com o objetivo de criar registos de vigilância epidemiológica que permitam melhorar o trabalho de diagnóstico, da compreensão das intervenções e comorbilidades, para estabelecer orientações;

  • Desenvolvimento de competências através de plataformas de e-Saúde e Telemedicina, cursos de formação e actividades de disseminação e promoção do conhecimento;

  • Promover colaboração entre as partes envolvidas na investigação e desenvolvimento de medicamentos para as doenças raras ósseas e na realização de ensaios clínicos;

  • Trabalhar com os Grupos Europeus de Defesa dos Doentes (ePAGs) em todas as atividades para assegurar desenvolvimentos centrados nas pessoas, tendo em conta os resultados comunicados por estas.

O que são os ePAGs?

Os Grupos Europeus de Defesa dos Doentes ou ePAGs (onde se inclui a ANDO) reúnem defensores de pessoas com doenças raras que estão activamente envolvidos no trabalho das ERNs. Cada ePAG corresponde a uma das 24 ERNs, alinhando associações, clínicos, peritos e investigadores que trabalham sobre a mesma doença rara.

Os ePAGs reúnem, assim, representantes eleitos pelas pessoas com doença e organizações afiliadas que asseguram que a sua voz será ouvida nas actividades das ERNs.

 

1ª Encontro Técnico BOND, no qual a ANDO esteve presente

 

Os ePAGs representam os interesses da comunidade de pessoas com doença e asseguram um nível mais elevado de envolvimento destas nos processos de decisão, de modo a que as suas necessidades sejam ouvidas. Os ePAGs acrescentam a sua perspectiva sobre a organização e gestão da rede, especificamente para:

  • assegurar que os cuidados clínicos sejam centrados na pessoa e que respeitam os seus direitos e escolhas
  • assegurar a transparência e a avaliação da experiência da pessoa com doença
  • monitorizar questões éticas e participar na avaliação da ERN
  • contribuir para o desenvolvimento de informação, políticas, boas práticas e orientações para os cuidados de saúde

 

As associações filiadas envolvidas nas atividades da BOND:

 

Grupos de Trabalho

Para facilitar a organização de atividades científicas, a ERN BOND está estruturada em Grupos de Trabalho. Cada um destes grupos é chefiado e coordenado por investigadores principais experientes que representam os membros da Rede.


Existem 9 Grupos e a ANDO está inserida no Grupo 9: Foco nas Pessoas e Profissionais de Saúde

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