A edição de 2025 da Bolsa ANDO teve um significado muito especial: além de se tratar de um marco na nossa história, assinalando o 10.º aniversário da ANDO, foi também uma edição comemorativa que decorreu em Los Angeles, no prestigiado Cedars-Sinai Medical Center. Este hospital de referência mundial, reconhecido pelo seu elevado nível de inovação e excelência clínica, recebeu duas alunas de medicina portuguesas para um estágio internacional único, sob a mentoria do conceituado Dr. Moise Danielpour.
A Bolsa ANDO é uma iniciativa pioneira e única que proporciona a estudantes de medicina a oportunidade de realizar um estágio internacional em contexto hospitalar, promovendo a investigação e o interesse na criação de novo conhecimento na área das displasias ósseas. Ao longo de duas semanas intensivas, os bolseiros beneficiam da orientação de alguns dos melhores especialistas mundiais, tendo contacto direto com casos raros e complexos e adquirindo competências valiosas para a sua futura prática clínica.
Este ano, as selecionadas foram Carolina Figueira, aluna do 4.º ano do Mestrado Integrado em Medicina da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, e Maria Inês Cerqueira, aluna do 4.º ano do Mestrado Integrado em Medicina da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto. Ambas partilharam connosco as suas experiências e algumas fotografias:
Testemunho de Maria Inês Cerqueira:
Estagiar num centro de referência como o Cedars-Sinai é uma oportunidade rara e muito especial e, desde já, agradeço à ANDO por me ter proporcionado esta experiência. As duas semanas de estágio, sob mentoria do Dr. Moise Danielpour, acabaram por se revelar ainda mais enriquecedoras do que esperava.
Desde a tecnologia avançadíssima de que o hospital dispõe, até ao volume de casos raros que lá chegam, as minhas expectativas foram superadas.
Tivemos a possibilidade de contactar com pacientes com displasias ósseas e aprender mais sobre a sua anatomia, fisiopatologia, implicações no quotidiano e tratamento, algo que é extremamente desafiador no ensino médico em Portugal por não constar no currículo de forma evidente. Foi possível, assim, ter uma percepção mais concreta e íntima dos desafios que as pessoas com displasias ósseas enfrentam ao longo dos seus dias e nas diferentes fases de vida, o que torna possível, enquanto profissional de saúde, adaptar as soluções oferecidas a cada paciente.
Além disso, o facto de o local escolhido ser um país cujo sistema de saúde é tão distinto do português tornou possível reconhecermos novos métodos que nos permitem inovar e melhorar os cuidados de saúde que prestaremos enquanto médicas.
Estou profundamente grata à ANDO por ter tornado possível uma experiência como esta: o contacto com um médico como o Dr. Danielpour ensinou-me, para além de toda a aprendizagem científica, a importância de nos dedicarmos ao desenvolvimento de conhecimento nesta área e estou certa de que pretendo contribuir nesse sentido.
Por todo o apoio nos diferentes momentos, pela própria iniciativa da Bolsa ANDO e por todo o trabalho desenvolvido até ao momento: obrigada ANDO!
Testemunho de Carolina Figueira:
Em primeiro lugar, gostaria de agradecer à ANDO pela oportunidade extraordinária de estagiar no Cedars-Sinai Medical Center, um hospital de referência mundial onde a inovação e a medicina andam de mãos dadas.
Foi uma honra aprender sob a orientação do Dr. Moise Danielpour, médico de excelência, cuja dedicação e partilha de conhecimento enriqueceram ainda mais esta oportunidade. A sua mentoria foi fundamental para aprofundar o meu entendimento sobre displasias ósseas e sobre o quão importante é capacitar os profissionais de saúde para o diagnóstico, tratamento e acompanhamento destas condições que exigem um conhecimento especializado, de forma a que os cuidados mais adequados possam ser garantidos.
No Cedars-Sinai tive a oportunidade de acompanhar pessoas com vários tipos de displasias, o que possibilitou um melhor entendimento da fisiopatologia, das manifestações clínicas e do impacto na qualidade de vida. Este contacto permitiu-me entender que cada pessoa possui necessidades específicas que devem ser identificadas para que as limitações e barreiras sociais sejam mitigadas.
Acrescento também que esta experiência deu-me acesso a uma realidade médica muito diferente da portuguesa. Casos clínicos complexos e raros que dificilmente teria oportunidade de acompanhar num futuro próximo. Esta vivência não só ampliou o meu conhecimento médico, como também me sensibilizou para a importância duma abordagem capaz de responder às necessidades de cada pessoa com displasia óssea.
Saio desta experiência convicta de que vou contribuir nesta área que necessita de mais investigação e conhecimento multidisciplinar, para que todos possam usufruir do melhor tratamento e acompanhamento possível. Por isso, obrigada ANDO pela fantástica experiência!